terça-feira, 22 de junho de 2010

glicose de escuridão

Pra que não tentar evitar se no final do tempo queimado é tu quem vai se machucar. Eu não preciso de seus conselhos baratos, ninguém precisa. Pode com eles ficar. Se engasgue com eles e no final os vomite. Sim, vomite muito. Junto com tudo aquilo de podre e nojento que guardas dentro do teu pequeno projeto de corpo que pode se chamar humano. Tome uma boa glicose de escuridão e deixe com que as luzes negras apodreçam o teu castanho coração.
Os ventos trocaram a direção e o que eu mais temia aconteceu. As chamas se espalharam como a dor espalha o sofrimento.
Tu estás achando errado, eu não me encontro mais com medo. Eu estou apenas cantando a cantiga do arrependimento. E se ainda não percebeu a história não é mais tua, já mudou há muito tempo. 
Para de ser o velho estúpido tolo de sempre, o meu papel não era esse, foi tu quem a ele desejou. Hoje eu posso dizer com todas as palavras que eu senti o amor multiplicando o ódio.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

infinitas polegadas



Parece que quanto mais longe, mais intenso fica e se consolida. Infinitas polegadas demarcam a sofrida rodovia para o paraíso proibido, o meu paraíso. Polegadas de dor, solidão, desejo, frieza e amor, muito amor que se distancia com o passar dos dias cinzentos. O meu oco coração está sangrando por saudade, escorrendo e deixando rastros de sangue por essas tristes estradas a fora. É possível que você me ache pelo forte odor de ferro em meus rastros de sangue e assim se lembre de mim pelo menos mais uma última lamentável vez. Incompreensível dúvida de te ligar ou não para ouvir a sua tão sonhada voz de traição, a voz do meu anjo, do meu anjo do pesadelo que a noite não me deixa dormir.
Eu não consigo encontrar as palavras certas, eu não consigo mais pensar em outra coisa, você não pode entender, ninguém pode. Eu só quero um dia poder acordar e me esquecer de que você vive e respira o mesmo ar seco que nos separa.
Os balões estão à solta te procurando por aí, saiba que é um sinal de alguém que aqui nesse fim de túnel grita por ti, convivendo sozinha apenas com os agudos ecos que chamam e imploram por teu falso nome.