terça-feira, 5 de abril de 2011

uma resenha da roda do samba

    

       A roda do samba, chiba, cateretê ou fandango era uma roda onde se repartiam tristezas e se multiplicavam alegrias. Unia os corpos das crianças dos mais variados tipos em uma única grandeza de benevolência: a alma.
       Amizade, simpatia, honestidade e lealdade eram virtudes honradas pela roda do samba, no qual tinham como a maior regra viver intensamente com um sorriso cintilante, cobiçado pelos deuses do Olimpo, estampado em seus rostos.
       Os sambistas da roda do samba diziam que amavam o sol, mas esperavam ele se esconder no horizonte para saírem à rua e se juntarem no coreto da praça. Diziam que amavam a chuva, mas a fúria de são pedro os impediam de trebilhar de pega-pega, pique esconde e amarelinha. Será que quando as crianças da vila sem vento diziam que amavam o samba era um sentimento pleno que expelia do fundo do peito?
       Um joelho ralado ou um membro quebrado era motivo de inquietação e de maior preocupação para aqueles que eram integrantes da roda do samba. Eles passavam anel de bamba ao som de tamborins e possuíam um imenso paraíso florescido refugiado em suas mentes, esperando apenas uma ocasião favorável para desabrocharem e atrairem borboletas para seus jardins afortunados.
       O planeta Terra girou distinto da roda do samba por vários dias e várias noites, levando consigo o senhoril tempo, o encarregado de tornar as crianças da vila sem vento em adultos subsistindo na hipócrita paz do reino cotidiano.

      As ambições e as preocupações atropelaram o amor dentro dos seus corpos desventurados, e assim, o samba morreu junto com as boas recordações e o paraíso florido de suas mentes, os quais em tempo algum desabrocharam.

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