quinta-feira, 1 de abril de 2010

vermelho X verde

Acordou como todas as manhãs para ir trabalhar. Pegou seu velho agasalho, entrou no carro e ligou seu rádio na mesma estação de sempre. Seguiu a Avenida Brasil em seu Fiat preto quando de repente parou no sinal vermelho do semáforo. Ela parou e pela primeira vez olhou em volta de si, para os lados observando a correria das pessoas no dia-a-dia, a rotina que as guiam e fala o que elas podem ou não fazer.
Naquele momento ela sentiu o tédio que a perseguia como se fosse sua sombra, que a seguia vinte e quatro horas por dia. Sua vontade era de sair daquele carro e correr para longe, para qualquer lugar até onde o fôlego agüentasse e escapar daquela sua rotina.
O sinal continuava fechado, demorava a abrir e aquelas buzinas e o motor do carro estavam dando eco dentro de sua cabeça. Seus nervos imploravam pra sair, ela estava suando frio, não queria mais aquilo, não queria mais seguir, não queria mais nada.
Aquele sinal vermelho mudou completamente a sua vida, mostrou a ela que era hora de parar e pensar na vida que é feita para ser vivida, no qual ela não está fazendo, é só mais uma que toca a vida como um robô, um robô escravo do cotidiano programado para obedecer às ordens da rotina. A sua decisão veio a tona, era hora de mudar.
O sinal se abriu e ela pegou o primeiro retorno para a casa, foi fazer o que gosta, sentir o tempo passar na tranqüilidade harmônica do dia sem se preocupar com nada. Ela nem se lembrava mais de como era bom uma das coisas mais simples da vida como respirar, piscar, tocar e observar.
Nenhum engarrafamento foi tão demorado como aquele, para ela foram trinta minutos de aflição esperando num sinal em apenas trinta segundos. Uma parada, um novo começo. Um sinal vermelho para um sinal verde.

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