terça-feira, 20 de abril de 2010

menino-homem

Hoje à noite vou te chamar para conversar entre a Noite Estrelada enquanto a festa acontece e todos os moços e As Moças de Avignon se encontram lá dentro embriagados sem perceberem a nossa falta. Contar-te que no vale de Guernica eu entro em pânico e em uma constante guerra contra teus truques e armadilhas que me agarram pelos braços te acorrentando em meus pensamentos. Vou te confessar que quebrei o vaso de Girassóis ao pensar em você com outra garota e dei a cada caco no chão um motivo para não abrir mão de possuir os teus olhares tentativos que me fazem errar a direção. Você me tira a fome quando me lembro do teu sorriso torto e tímido que se passa despercebido. A festa vai ser só um borrão, eu vou é te levar comigo a Persistência da Memória para que se encarregue de derreter os nossos relógios e fazer com que o tempo passe mais lentamente para ficarmos caminhando enquanto conversamos e brincamos entre O Mamoeiro da Noite Estrelada. Quero atravessar a Ponte Japonesa segurando as tuas mãos, enquanto o luar reflete sobre o lago e ilumina teus olhos e teus lábios. Beijar-te no alto da Montanha Gelada e voltar para a festa antes que O Abaporu se de conta da nossa falta. Contando os segundos para entrelaçar os nossos passos hoje à noite e te dar todo o meu amor que guardei durante anos, sem mais tentar evitar e continuar a andar na contramão. Vou pintar esse romance na tela da vida com todas as tintas a óleo possível, afinal, menino tão homem como você me leva sempre onde quer.

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